Vestido de Prata - a música do ano (2012)
Que parem as máquinas!
Já quase no fim de 2012, a música do ano chegou (fazendo um paralelismo nada a ver, a frase me lembrou 'o caminhão dos ovos chegou').
Trata-se da regravação do Curumin para uma música do Paulinho Boca de Cantor. Admito minha ignorância, pois desconhecia, até então, este clássico do samba-rock.
De qualquer modo, o Curumin praticamente reinventou 'Vestido de Prata', imprimindo uma pegada regueira à canção. Virou outra coisa: uma espécie de samba-rock-dub ou dub-samba-rock.
Vou tentar explicar minhas sensações ao ouví-la, lançando mão de um manjado recurso utilizado pelos críticos, que é definir, frankensteinmente, em retalhos, uma música em função de referências já conhecidas e consagradas (ou não!) - capaz do editor da 'Ilustrada' me contratar como colunista! -, tipo-assim:
Vestido de Prata = quando o baixo do Tom-Tom Club encontra o do Cake + guitarra ‘ciscada’, estilo banda Do Amor na música Pepeu baixou em mim + teclado vintage, soando como o órgão Hammond do Jimmy Smith fazendo reggae + backing vocal aveludado, lembrando The Wailers ‘in the early days’ + a letra que Dorival Caymmi não escreveu.
(Definições como esta, mais parece cachorro quente em que se coloca de tudo: batata palha, milho, ervilha, jiló, chicória, etc; tudo besuntado com maionese, mostarda e ketchup. Enfim, uma maçaroca com gosto indescritível).
Acusticamente, surpreende o frescor do estéreo básico, sem mumunhas, nem pupunhas; sem lero-lero e nem vem cá que eu também quero (aliás, que fim levou Fernando ‘pegador-de-capa-de-Playboy’ Vannucci?). Nada de excessos pueris mixados em maneirismos técnicos de estúdio. Simplesmente tudo está no seu devido lugar:
. baixo, bateria e vocal no meio,
. guitarra no canal esquerdo,
. teclados no canal direito,
. reverbes e barulhinhos zigue-zagueando do canal esquerdo para o direito e vice-versa,
. backing vocal (luxuosíssimo da Céu), dobrado, cada canal com uma vocalização diferente.
Cronicamente, a letra é deliciosa ...
Por algum motivo, o relacionamento tava morno.
Então, precisa fazer pra baiana um vestido de prata,..., pra ver se desperta o seu coração [da baiana].
Nada melhor que um mimo, um presente assim, seja a cara dela [da baiana]. Não se dando por satisfeito, o moço [da baiana] monta a indumentária completa, recheada com outros badulaques afro-nagôs - uma sandália de cor, e ainda mando de quebra uma guia de oxalá -, ele canta.
Biscoito finíssimo!!!
Groove de primeiríssima!!!
O tio Mané precisa ouvir. Vanguardista como só ele, há de gostá demais.
Viva o vestido de prata [da baiana]!
Viva a baiana [do vestido de prata]!
Viva o Curumin!
Viva o tio Mané!
E viva Zapata!
PS: esse Curumin não é fraco não! Já emplacou 4 músicas no “projeto” “Mauro Jorge Hits Mix 20XX”, a saber, 'Compacto', 'Vem Menina', ‘Mal Estar Card’ e agora esta maravilha 'Vestido de Prata'.
PS II: o final de 'Vestido de Prata' emenda com o trecho de um samba-rock instrumental, se eu não me engano era faixa do CD 'O Som dos Bailes – vol. ??'. Qual seria?
PS III: após algumas semanas, 'Vestido de Prata' desbancou 'Crying' em número de execuções dentro da
coletânea “Mauro Jorge Hits Mix 2012”.
1 Comentários:
Às 12:16 PM ,
Leandro disse...
"Guerreiro", também dele, não sai do meu tocador mp3.
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