Jesus, you’ve got a message. Mixado com o filme ‘Desejo e Reparação’.
Desde pequeno, nunca assimilei direito o papel do Judas, o Iscariotes, suposto traidor, na saga da paixão de Cristo. Tentava encontrar lógica na cadeia de eventos, mas nunca fechava. Para mim era - e ainda é - difícil entender como tudo estava orquestrado para que Judas entregasse Jesus aos romanos e ele, o Cristo, terminasse condenado à cruz, para se tornar um mártir religioso. ‘Faça o que tem que ser feito’, teria dito Jesus a Judas. Noutras palavras, alguém tinha que fazer o serviço sujo e coube a Judas este desígnio. Como num roteiro, o personagem seguiu o seu script: Judas entregou Jesus e hoje ele é malhado nos sábados de aleluia. Fim inglório para aquele que só cumpriu o destino traçado, segundo uma lógica perversa, que até hoje não me faz sentido.
No filme ‘Desejo e Reparação’, que concorreu ao Oscar (merecia melhor sorte), o grande mote da história de amor é a culpa seguida de arrependimento e redenção. Tomada de ciúme pré-adolescente e baseada numa uma série situações que depunham contra o empregado da casa, a menina Briony presta um falso depoimento que muda para sempre o destino do moço e de sua irmã, que estavam ‘in love’.
No script do Evangelho, pelo menos Judas sabia da função ‘edificante’ da sua traição. Foi em nome de uma causa maior: a fundação das religiões cristãs. Já a menina do filme, virou adulta e carregou consigo a culpa até a redenção, que é contada nos comoventes minutos finais do filme.
Sendo ou não ficção, neste domingo de Páscoa eu deixo uma mensagem simbólica para você, Jesus. Que tal rever o ‘Sermão da Montanha’ e acrescentar mais um grupo de bem-aventurados? ‘Bem-aventurados aqueles que conseguem a redenção de um ato culposo, pois deles será o reino da paz de espírito’.
FELIZ PÁSCOA!
E VIVA ZAPATA!!!
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PS. : Além da história de amor emocionante, os efeitos de som e imagens, durante uma passagem do filme na guerra, são impressionantes. De um realismo acachapante (bela palavra!).
PS II. Falando em amor e guerra, em 1990 a rádio Eldorado transmitia o ‘Diário de Londres’, um boletim produzido pela equipe brasileira da BBC de Londres. O programete era ancorado por uma das mais belas vozes femininas que eu já ouvi, a Dulce Maltês, com a participação especial do Ivan Lessa. Num destes boletins, a Dulce contou que, em meio ao horror da guerra, a música mais ouvida pelos americanos no campo de batalha era ‘Unchained Melody’. A música foi tema do filme ‘Ghost’, um meloso blockbuster da época.
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