Natal Bacana na Bocaina – Parte II – Cheguei
Onde parei? Ah, lembrei...
Como naqueles canais de TV por assinatura, paguei pra ver. Este Natal prometia ser, no mínimo diferente, por estar com outra família e na companhia de companheiros trekkers desconhecidos. Por falar nisto, cadê todo mundo? Eu era “todo mundo”! Graças à tecnologia, ou melhor, aos problemas advindos dela, a conexão com a internet falhou, a divulgação do pacote de Natal miou e o único gato pingado (miau!) forasteiro que deu o ar da sua graça fui eu. Por esta eu não esperava. Diante da situação, comecei a antever cenas de uma artilharia pesada. Como num filme de pirata, me vi no meio de um fogo cruzado de presentes, comes e bebes (“CD a estibordo, fogo! Capitão, fomos atingidos por um peru de Natal ”).. Será que sobreviveria para contar? Yes, I did!
Let´s go! O caminho de São José do Barreiro até a pousada, por si só já foi um programa (com emoção) à parte. O carro que nos levou até o alto da Bocaina era um fusquinha 77 travestido sobre rodas acorrentadas. Aqui cabe uma explicação: o fetiche sado-móvel-masoquista é necessário para simular tração nas rodas traseiras. E não é que funciona mesmo! McGiver não faria melhor! O fusquinha bravamente atravessou os atoleiros (segura, pião!). O rallye Paris-Dacar este ano começou um pouco mais cedo (no Natal) e noutro lugar (na Bocaina). Habla sério!
Sem quorum, pensei que a programação de trilhas seria suspensa, pelo menos no dia 24. Nada disso! Assim que chegamos na pousada foi só o tempo de ajeitar as coisas no quarto e picar mula. Todos preparados? Sim, o grupo de dois trekkers, o Zé Milton e eu, estava a postos. A trilha daquele dia seria leve, apenas um aquecimento. Não parecia. Já no primeiro trecho, encaramos uma subidinha mais ou menos íngreme. Quem diria? O pseudo-atleta de meia–maratona, que sobe o matão da Biologia, estava esbaforido, de língua pra fora. É, amigos da rede Globo, altitude de serra não é bolinho não. Haja pulmão!
Aos poucos fui me aclimatando ao lugar e o papo com o Zé Milton também fluía naturalmente. O cara é legal. Nada a ver com aquela espécie que infestou o planeta nas últimas décadas do século XX, o tal do ecochato. O Zé Milton não se enquadra neste perfil simplesmente porque é parte integrante daquele ecossistema. Como ele próprio disse, a Bocaina foi o quintal, o playground da sua infância. E aprendi coisas interessantes neste primeiro dia. Por exemplo, o ácido fórmico, produto da reação química que se dá nos formigueiros através da urina das formigas, é um ótimo descongestionante nasal natural. E, de quebra, também dá o maior barato. Outra coisa legal: o xaxim utilizado como vaso orgânico, na verdade é a parte inferior da samambaia-açú. Açú vem do indígena e significa grande. Ou seja, a aparência da samambaia-açú é a de uma samambaia, só que maior. Bbbboa! Já dá pra colocar isto na redação “Minhas Férias”. Mas, contudo, todavia, sem dúvida, o ápice da trilha foi a cascata da gruta. Tenho a honra de informar que fui o primeiro ser, enquanto humano (mano!), que fez o caminho reverso até a gruta, que se banhou nesta cascata. Escrevi meu nome na Bocaina. No futuro, este feito será lembrado pelas futuras gerações. Ou não!
Anyway, o dia estava perfeito. Até São Pedro deu uma trégua e a ameaça de chuva não se concretizou. Congratulations! Missão cumprida. A primeira trilha foi concluída com pleno êxito. Voltamos para a pousada, a noite caiu e eu caí na cama.
24/12/2004, 23:23h. Hora de acordar para celebrar o Natal. Chegaram os pais e o filho do Zé Milton (pais = seu Zé e dona Vera; filho = Felipe) para se juntar a nós (nós = Zé Milton + Paula, a sua companheira + Renata, ajudante na cozinha + Rodrigo, namorado da Renata + eu). Não fosse a ceia e a decoração especial, não parecia Natal. E foi muito legal. Vários assuntos passaram pela mesa, desde causos da Bocaína, passando por histórias de família, até novelas de TV. Foi light, Foi right! Só não foi diet (sorry! tribalismo em inglês é de doer!). Nos despedimos dos visitantes que voltariam para a casa, situada mais abaixo, batizada de Florestinha. Neste momento o seu Zé-pai nos conta que certa vez, ali naquela varanda onde estávamos, ele se pegou em transe ao ouvir o som das corredeiras ao longe, das folhas das árvores, dos animais noturnos e chorou de emoção. É phoda! Aquele senhor que eu havia acabado de conhecer horas atrás, sem perceber, me mostrou na simplicidade das suas palavras, o que talvez mestres teriam dificuldade de transmitir.
25/12/2004, 9:37h. O Zé Milton informa que o casal que viria para a pousada capitulou (nice verb!). Ainda assim ele precisaria correr atrás do moço do computador pra consertar a internet e não poderia me conduzir na trilha. Substituição de última hora: sai Zé Milton, entra Felipe (17) para assumir o posto de guia. Xá comigo! Papo adolescente é minha praia. Dito e feito. O garoto e eu nos entrosamos bem. Falamos das mina, dos mano, das baladas, de carreiras legais para se cursar, esportes e o nosso papo seguiu firme e forte nesta toada. E havia uma cachoeira no caminho, no caminho havia uma cachoeira. Claro que entrei. Estendi o meu corpinho marrom-bombom e me deixei massagear pelas águas, enquanto os raios solares ardiam em meu peito descoberto. Quanta viadagem! E assim, voltamos para a pousada e lá se foi mais uma bela trilha.
Depois da saborosíssima comidinha, fui para a varanda e o gramado me convidou para uma siesta vespertina. Era tudo o que eu queria: “descansar na sombra de uma árvore, ouvindo pássaros cantar, lá, lá, lá , lá” (trecho sampleado da música “Na Sombra de Uma Árvore” do black power setentista Hyldon). Ôps! Ai, ui! O bucolismo da cena foi quebrado por picadas de formigas. Levantei e continuei o soninho na cama. Cara, como eu sonhei nestes dias! E foram sonhos grandiosos, épicos; pareciam reais. E o engraçado é que eles continuavam, mesmo eu acordando durante algumas intervenções de ordem, digamos, cocozística. Freud explica? Talvez Jung!
When the night has come and the food is on the table (enfim uma frase em que não é o book que está on the table), eu acordo pra encher a pança e depois dormir. By the way, os infinitivos de verbos das ações mais recorrentes durante estes dias foram camunhar, comer, beber, relaxar e dormir. Não necessariamente nesta ordem. Às vezes eu eliminava o verbo caminhar da conjugação e deixava imperar apenas os outros (verbos). E cá estou eu, rabiscando o draft do texto que vai virar (virou) página no blog, sentado naquela mesma varanda onde o seu Zé-pai chorou um dia.
26/12/2004. 10:19h. De repente, aparece um montão de terráqueos(as). Eram os parentes da Paula. Chega de exclusidade! A trilha hoje tem quorum maior que 2. Totalizamos quatro: o Felipe, seu Miguel, pai da Paula, o Rodrigo 2, cunhado (“não é parente”) da Paula e eu. Fiquei positivamente surpreso com o nível de informação dos novos agregados. Não que eu seja prepotente a ponto de pensar que não exista vida inteligente fora metrópole. O fato é que eles têm acesso a praticamente tudo que temos nos grandes centros urbanos e contam com o privilégio de viverem envoltos à natureza. A fórmula informação + ecologia resulta em consciência e discernimento entre o certo e o errado. Na Bocaína o Bush também é o vilão da história.
No caminho encontramos um grupo que iniciava a trilha do ouro. Ao parar para atender o pedido para tirarmos as tradicionais fotos de viagem, conversamos alto demais e atraímos a atenção das abelhas. Foi um tal de corre pra lá, corre pra cá pra fugir do ataque voraz daquele exército abelhudo. Exceto o seu Miguel, ninguém passou incólume às picadas das abelhas. Abelhas da Bocaina, vocês deixaram marcas em mim. Não as esquecerei, forever and ever. E chegamos na maior e mais bonita das cachoeiras da programação de Natal.
Time is over! É hora de voltar pra “civilização”.
A dor da parto é dura, mas inevitável. Enquanto aguardo o Zé-filho, ainda dá tempo de disputar uma peleja do emocionante jogo de varetas (lembra? Aquele no qual o objetivo é pegar a maior quantidade de varetas, uma por vez, sem mexer as demais). Assim não vale! A Taís e a Tainá, filhas do Rodrigo 2 (cunhado “não é parente” da Paula) e eu assistimos passivamente à espetacular performance do melhor jogador de varetas que eu já conheci na Bocaina: Sir Rodrigo 2. Quando a gente abriu o olho ele já tinha conquistado todas as varetas.
Mudança de planos. Surgem no pedaço uns amigos dos Zés (pai e filho) e nos levam, Rodrigo e eu, de volta para a cidade, num jipinho (da hora). O Zé-filho foi de moto. E dá-lhe mais conversa. Fazia tempo que eu não pronunciava mais de 237 palavras num dia. Devo ter batido o recorde. Chegamos ao ponto de partida, em São José do Barreiro. Me despeço do Zé Milton e ele de mim, ou melhor, do Gump, como assim fiquei conhecido. Pois é! Além de Marcos Pereira e Mauro Jorge, mais uma entidade se apodera deste meu corpinho.
No balanço de saldos e retalhos, Bocaina foi tudo de bom; mais que eu esperava, baby! Foi revigorante, revitalizante, refrescante, resignificante, relativizante e outros “res” que me fogem da memória. Enfim, foi uma experiência enriquecedora, a nível de pessoa, enquanto ser humano, no bojo paradigmático de toda esta questão natalino-ecológico-fraterna. É reconfortante (outra palavra da família do prefixo “re”) saber que a equação
Natal = celebração da vida + confraternização + um monte de coisas gostosas pra comer, apresenta solução no conjunto da vida real.
À guisa de finalização, só tenha uma coisa a dizer: foi um FELIZ NATAL!
P.S. I:
JESUS TE AMA!!!
E VIVA ZAPATA!!!
O POVO, UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO!!!
A AMAZÔNIA É NOSSA!!!
P.S.II: Nos raros contatos com a civilização durante estes dias, no rádio tocou a deliciosa “Solid” da dupla Ashford & Simpson. Quando eu imaginaria ouvir esta pérola de 1985, direto do túnel do tempo para a Bocaina? Habla seríssimo!
Como naqueles canais de TV por assinatura, paguei pra ver. Este Natal prometia ser, no mínimo diferente, por estar com outra família e na companhia de companheiros trekkers desconhecidos. Por falar nisto, cadê todo mundo? Eu era “todo mundo”! Graças à tecnologia, ou melhor, aos problemas advindos dela, a conexão com a internet falhou, a divulgação do pacote de Natal miou e o único gato pingado (miau!) forasteiro que deu o ar da sua graça fui eu. Por esta eu não esperava. Diante da situação, comecei a antever cenas de uma artilharia pesada. Como num filme de pirata, me vi no meio de um fogo cruzado de presentes, comes e bebes (“CD a estibordo, fogo! Capitão, fomos atingidos por um peru de Natal ”).. Será que sobreviveria para contar? Yes, I did!
Let´s go! O caminho de São José do Barreiro até a pousada, por si só já foi um programa (com emoção) à parte. O carro que nos levou até o alto da Bocaina era um fusquinha 77 travestido sobre rodas acorrentadas. Aqui cabe uma explicação: o fetiche sado-móvel-masoquista é necessário para simular tração nas rodas traseiras. E não é que funciona mesmo! McGiver não faria melhor! O fusquinha bravamente atravessou os atoleiros (segura, pião!). O rallye Paris-Dacar este ano começou um pouco mais cedo (no Natal) e noutro lugar (na Bocaina). Habla sério!
Sem quorum, pensei que a programação de trilhas seria suspensa, pelo menos no dia 24. Nada disso! Assim que chegamos na pousada foi só o tempo de ajeitar as coisas no quarto e picar mula. Todos preparados? Sim, o grupo de dois trekkers, o Zé Milton e eu, estava a postos. A trilha daquele dia seria leve, apenas um aquecimento. Não parecia. Já no primeiro trecho, encaramos uma subidinha mais ou menos íngreme. Quem diria? O pseudo-atleta de meia–maratona, que sobe o matão da Biologia, estava esbaforido, de língua pra fora. É, amigos da rede Globo, altitude de serra não é bolinho não. Haja pulmão!
Aos poucos fui me aclimatando ao lugar e o papo com o Zé Milton também fluía naturalmente. O cara é legal. Nada a ver com aquela espécie que infestou o planeta nas últimas décadas do século XX, o tal do ecochato. O Zé Milton não se enquadra neste perfil simplesmente porque é parte integrante daquele ecossistema. Como ele próprio disse, a Bocaina foi o quintal, o playground da sua infância. E aprendi coisas interessantes neste primeiro dia. Por exemplo, o ácido fórmico, produto da reação química que se dá nos formigueiros através da urina das formigas, é um ótimo descongestionante nasal natural. E, de quebra, também dá o maior barato. Outra coisa legal: o xaxim utilizado como vaso orgânico, na verdade é a parte inferior da samambaia-açú. Açú vem do indígena e significa grande. Ou seja, a aparência da samambaia-açú é a de uma samambaia, só que maior. Bbbboa! Já dá pra colocar isto na redação “Minhas Férias”. Mas, contudo, todavia, sem dúvida, o ápice da trilha foi a cascata da gruta. Tenho a honra de informar que fui o primeiro ser, enquanto humano (mano!), que fez o caminho reverso até a gruta, que se banhou nesta cascata. Escrevi meu nome na Bocaina. No futuro, este feito será lembrado pelas futuras gerações. Ou não!
Anyway, o dia estava perfeito. Até São Pedro deu uma trégua e a ameaça de chuva não se concretizou. Congratulations! Missão cumprida. A primeira trilha foi concluída com pleno êxito. Voltamos para a pousada, a noite caiu e eu caí na cama.
24/12/2004, 23:23h. Hora de acordar para celebrar o Natal. Chegaram os pais e o filho do Zé Milton (pais = seu Zé e dona Vera; filho = Felipe) para se juntar a nós (nós = Zé Milton + Paula, a sua companheira + Renata, ajudante na cozinha + Rodrigo, namorado da Renata + eu). Não fosse a ceia e a decoração especial, não parecia Natal. E foi muito legal. Vários assuntos passaram pela mesa, desde causos da Bocaína, passando por histórias de família, até novelas de TV. Foi light, Foi right! Só não foi diet (sorry! tribalismo em inglês é de doer!). Nos despedimos dos visitantes que voltariam para a casa, situada mais abaixo, batizada de Florestinha. Neste momento o seu Zé-pai nos conta que certa vez, ali naquela varanda onde estávamos, ele se pegou em transe ao ouvir o som das corredeiras ao longe, das folhas das árvores, dos animais noturnos e chorou de emoção. É phoda! Aquele senhor que eu havia acabado de conhecer horas atrás, sem perceber, me mostrou na simplicidade das suas palavras, o que talvez mestres teriam dificuldade de transmitir.
25/12/2004, 9:37h. O Zé Milton informa que o casal que viria para a pousada capitulou (nice verb!). Ainda assim ele precisaria correr atrás do moço do computador pra consertar a internet e não poderia me conduzir na trilha. Substituição de última hora: sai Zé Milton, entra Felipe (17) para assumir o posto de guia. Xá comigo! Papo adolescente é minha praia. Dito e feito. O garoto e eu nos entrosamos bem. Falamos das mina, dos mano, das baladas, de carreiras legais para se cursar, esportes e o nosso papo seguiu firme e forte nesta toada. E havia uma cachoeira no caminho, no caminho havia uma cachoeira. Claro que entrei. Estendi o meu corpinho marrom-bombom e me deixei massagear pelas águas, enquanto os raios solares ardiam em meu peito descoberto. Quanta viadagem! E assim, voltamos para a pousada e lá se foi mais uma bela trilha.
Depois da saborosíssima comidinha, fui para a varanda e o gramado me convidou para uma siesta vespertina. Era tudo o que eu queria: “descansar na sombra de uma árvore, ouvindo pássaros cantar, lá, lá, lá , lá” (trecho sampleado da música “Na Sombra de Uma Árvore” do black power setentista Hyldon). Ôps! Ai, ui! O bucolismo da cena foi quebrado por picadas de formigas. Levantei e continuei o soninho na cama. Cara, como eu sonhei nestes dias! E foram sonhos grandiosos, épicos; pareciam reais. E o engraçado é que eles continuavam, mesmo eu acordando durante algumas intervenções de ordem, digamos, cocozística. Freud explica? Talvez Jung!
When the night has come and the food is on the table (enfim uma frase em que não é o book que está on the table), eu acordo pra encher a pança e depois dormir. By the way, os infinitivos de verbos das ações mais recorrentes durante estes dias foram camunhar, comer, beber, relaxar e dormir. Não necessariamente nesta ordem. Às vezes eu eliminava o verbo caminhar da conjugação e deixava imperar apenas os outros (verbos). E cá estou eu, rabiscando o draft do texto que vai virar (virou) página no blog, sentado naquela mesma varanda onde o seu Zé-pai chorou um dia.
26/12/2004. 10:19h. De repente, aparece um montão de terráqueos(as). Eram os parentes da Paula. Chega de exclusidade! A trilha hoje tem quorum maior que 2. Totalizamos quatro: o Felipe, seu Miguel, pai da Paula, o Rodrigo 2, cunhado (“não é parente”) da Paula e eu. Fiquei positivamente surpreso com o nível de informação dos novos agregados. Não que eu seja prepotente a ponto de pensar que não exista vida inteligente fora metrópole. O fato é que eles têm acesso a praticamente tudo que temos nos grandes centros urbanos e contam com o privilégio de viverem envoltos à natureza. A fórmula informação + ecologia resulta em consciência e discernimento entre o certo e o errado. Na Bocaína o Bush também é o vilão da história.
No caminho encontramos um grupo que iniciava a trilha do ouro. Ao parar para atender o pedido para tirarmos as tradicionais fotos de viagem, conversamos alto demais e atraímos a atenção das abelhas. Foi um tal de corre pra lá, corre pra cá pra fugir do ataque voraz daquele exército abelhudo. Exceto o seu Miguel, ninguém passou incólume às picadas das abelhas. Abelhas da Bocaina, vocês deixaram marcas em mim. Não as esquecerei, forever and ever. E chegamos na maior e mais bonita das cachoeiras da programação de Natal.
Time is over! É hora de voltar pra “civilização”.
A dor da parto é dura, mas inevitável. Enquanto aguardo o Zé-filho, ainda dá tempo de disputar uma peleja do emocionante jogo de varetas (lembra? Aquele no qual o objetivo é pegar a maior quantidade de varetas, uma por vez, sem mexer as demais). Assim não vale! A Taís e a Tainá, filhas do Rodrigo 2 (cunhado “não é parente” da Paula) e eu assistimos passivamente à espetacular performance do melhor jogador de varetas que eu já conheci na Bocaina: Sir Rodrigo 2. Quando a gente abriu o olho ele já tinha conquistado todas as varetas.
Mudança de planos. Surgem no pedaço uns amigos dos Zés (pai e filho) e nos levam, Rodrigo e eu, de volta para a cidade, num jipinho (da hora). O Zé-filho foi de moto. E dá-lhe mais conversa. Fazia tempo que eu não pronunciava mais de 237 palavras num dia. Devo ter batido o recorde. Chegamos ao ponto de partida, em São José do Barreiro. Me despeço do Zé Milton e ele de mim, ou melhor, do Gump, como assim fiquei conhecido. Pois é! Além de Marcos Pereira e Mauro Jorge, mais uma entidade se apodera deste meu corpinho.
No balanço de saldos e retalhos, Bocaina foi tudo de bom; mais que eu esperava, baby! Foi revigorante, revitalizante, refrescante, resignificante, relativizante e outros “res” que me fogem da memória. Enfim, foi uma experiência enriquecedora, a nível de pessoa, enquanto ser humano, no bojo paradigmático de toda esta questão natalino-ecológico-fraterna. É reconfortante (outra palavra da família do prefixo “re”) saber que a equação
Natal = celebração da vida + confraternização + um monte de coisas gostosas pra comer, apresenta solução no conjunto da vida real.
À guisa de finalização, só tenha uma coisa a dizer: foi um FELIZ NATAL!
P.S. I:
JESUS TE AMA!!!
E VIVA ZAPATA!!!
O POVO, UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO!!!
A AMAZÔNIA É NOSSA!!!
P.S.II: Nos raros contatos com a civilização durante estes dias, no rádio tocou a deliciosa “Solid” da dupla Ashford & Simpson. Quando eu imaginaria ouvir esta pérola de 1985, direto do túnel do tempo para a Bocaina? Habla seríssimo!
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