“Os Sonhadores” e o MP3
Stop! Pára o mundo que eu quero subir. Antes, porém, ainda com um pé em 2004, preciso falar (escrever) sobre “Os Sonhadores”, o sensacional filme do Bernardo Bertolucci, ambientado na Paris de 1968. Aliás, no take 7 de "O Direito de Sofrer" (vide texto neste blog), a personagem Rosely-Michelle parte rumo a Paris, exatamente para participar do movimento estudantil de maio de 1968.
Enfim, um filme que descreve a atmosfera do movimento estudantil francês sob um ângulo um pouco diferente. É sobre um estudante americano que conhece um casal de irmãos gêmeos, assim como ele, aficionados por cinema. Em 1968, a palavra de ordem no meio estudantil era a transgressão. Interessante é que o americano não se deixou contaminar pela efervescência do momento - só não conseguiu se conter ante à efervescência dos hormônios juvenis e se envolveu num triângulo amoroso com os dois. O filme é bastante intenso com doses de erotismo na medida certa e diálogos interessantes. Num deles, o americano provoca o gêmeo francês dizendo-lhe que é fácil combater o sistema à distância, bebendo vinho, cercado do conforto de um lar classe média. Afinal, quem eram realmente os fascistas naquele movimento? Os estudantes que queriam impor na base da força as suas reivindicações ou as autoridades, que apenas tratavam de manter a ordem social? Seria uma saída fácil e romântica defender os estudantes. Mas não seria de bom senso condenar o papel de reprimenda das autoridades.
Lembrei de uma revolução, a mercadológica, proporcionada pelo MP3 na indústria da música. Qual a ligação entre os fatos? O método de se fazer a mudança. O formato de arquivo MP3 se tornou bastante popular quando um jovenzinho criou o Napster, o precursor dos sites de troca de música pela internet. Após inúmeras batalhas judiciais, o Napster foi obrigado a fechar as suas portas (ou windows). Recentemente reabriu, mas com downloads pagos. O fato é que o Napster, na versão gratuita, deixou o seu legado. Depois dele, outros sites de troca de música vieram e o Kazaa ainda hoje resiste bravamente. E mais, o MP3 se tornou tão popular, que grande parte dos players de CDs lançados no mercado “lêem” arquivos neste formato. Sem falar no estrondoso sucesso dos iPods no exterior - ainda caríssimos por aqui. Não teve jeito, a indústria de eletrônicos sucumbiu à pressão do mercado. A fonográfica aos poucos está cedendo. É apenas uma questão de tempo e de sobrevivência.
Moral da história: revolução real começa a partir do plano das idéias. E não se dá de uma hora pra outra. Se Fidel Castro lesse este desfecho poderia retrucar: “ou não!”.
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P.S.: 2005 debutou há pouco e algumas categorias de melhores e piores já estão preenchidas:
Melhor almoço de aniversário na data do aniversário -->
o meu
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Melhores amigos para almoçar no dia do meu aniversário (ladies first) com -->
Melhores amigos para almoçar no dia do meu aniversário (ladies first) com -->
Pati (Maionese), Naná, Gerson e Cássio (Arrelia).
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Melhores amigos que não puderam comparecer no dia do meu aniversário para almoçar -->
Melhores amigos que não puderam comparecer no dia do meu aniversário para almoçar -->
Nei e Paulão
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Melhor filme de 2004, assistido em 2005, para se assistir numa matinê no dia do aniversário --> “Os Sonhadores”
Melhor filme de 2004, assistido em 2005, para se assistir numa matinê no dia do aniversário --> “Os Sonhadores”
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Melhor companhia para papear nas horas finais do meu aniversário sem que ela soubesse da data -->
Melhor companhia para papear nas horas finais do meu aniversário sem que ela soubesse da data -->
Mônica 1K Coisas
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Piores músicas de uma banda nacional que agoniza, mas insiste em continuar --> as do Barão Vermelho
Piores músicas de uma banda nacional que agoniza, mas insiste em continuar --> as do Barão Vermelho
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Programas de TV mais idiotizantes --> os reality shows.
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Programas de TV mais idiotizantes --> os reality shows.
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P.S. II: Sincronicidade cine-musical: “L’Amour a 3“ da banda (de dois) franco-germânica “Stereo Total” tocou no player. Mais tarde, rolaria um amor a 3 na tela.
P.S.III: Obrigado ao seu Alfredo (barbeiro) pelo relato entusiasmado dos roteiros de turismo cultural dele pelo Brasil. Até eu, que sou avesso a turismo por museus, monumentos, igrejas e tais, fiquei com vontade de conhecer as cidades históricas de Minas e Petrópolis.
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