We can be humans, just for one day. Feliz aniversário 2014!
Meu querido (blog-)diário
...
Já
passava da meia-noite.
Não
virei abóbora.
Mais:
era meu aniversário.
Dentro
do carro, todos dormiam, exceto as duas pré-adolescentes cochichantes e eu
(ainda bem!), o condutor do veículo.
Ao
mergulhar no túnel do Anhangabau, elas falavam alguma coisa sobre o David Bowie. Surpreso,
me conecto ao mundo delas para tentar entender porque duas fãs de Justin Bieber
citavam o ícone de um universo anos-luz distante.
What the fucking
awesome!!! Inacreditável!
Elas
lembravam da cena do fofo-filme "As vantagens de ser invisível", cuja
cena, reproduzida no vídeo acima, se passa num túnel, talquasmente
aquele no qual adentrávamos, embalada pela clássica música "Heroes", do camaleão do rock. Quando eu imaginaria que alguém do meu convívio
tivesse assistido, e adorado, este filme?!
(Deve
fazer uns 2 anos que vi no cinema. Amei de paixão, tipo-assim, amiga!. Indiquei a um amigo, mas parou por aí. Nem
lembrava mais dele [filme]. No meu mundinho me-myself-and-I-autista-outsider é
natural guardar sensações e emoções provocadas por algum evento. Inclusive porque,
não raro, não há com quem trocar.)
Naquele
instante, nossas diferenças de idade, gostos, etc, foram sublimadas pelo
simples compartilhamento das passagens do filme, enquanto atravessávamos o túnel. Foi mágico!
(Efeméride
natalícia [meu niver] + aproximação do meu mundo com o das meninas beliebers =
neurotransmissores em polvorosa.)
Plagiando o moço do filme, eu me senti infinito.
Sem
saber, elas me deram o melhor presente de aniversário em anos. Quiçá, the best
of all.
E nem foi de usar, cheirar,
tocar, provar. Simplesmente foi um presente de se emocionar.
E
que vai deixar marcas indeléveis em minhas memórias por todo o meu sempre, amém!
Viva
os meus heróis tio Mané,
Ultra Seven,
Tazz.
Buzz Lightyear,
Super Man,
Super Galo,
Sulley e Mike Wazowski.
E
viva Zapata!
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P.S.
direto do túnel do tempo, 1980: aniversário de 12 anos.
As
horas avançavam e ninguém chegava para a festa. Karamba! Ninguém me ama,
ninguém me quer. De repente, foi chegando um, chegando outro e, aquele cenário
vazio, enfim, se transformou numa celebração. Foi
bacana!
P.S.
direto do túnel do tempo, 1983: aniversário de 15 anos.
Caiu
um pé d'água daqueles na província de Santos. A casa onde eu morava, alagada. A
cena era esta: eu, segurando meu sobrinho no colo, com água até uns 19,37 centímetros
de altura.
À
época, meu pai encontrava-se fraco, bastante debilitado, prestes a deixar o planeta. E, meu melhor amigo,
em estado terminal. Aliás, hoje se comemora o beatle day (http://mponline.blogspot.com.br/2005_02_01_archive.html) , outra efeméride. Desolado, desamparado, inconformado,
senti um misto de raiva com medo. Não havia motivos para comemorar. Desde então,
passei a boicotar aniversários. Mesmo depois, passado algum tempo, em
respeito e homenagem àquele adolescente gente finíssima (magérrimo, diga-se), mantive o protesto silencioso.
P.S.
2014, século XXI: aniversário de 46 anos.
Palavra
de ordem destes tempos: compartilhamento.
À
minha maneira, no meu tempo, tento libertar aquele adolescente interior do peso descomunal que carrega.
Para tanto, nada melhor do que
a leveza da companhia da crianças, num rolezinho no parque, regado a comidinhas e
bebidinhas. Super curtimos!