Marcos Pereira on-line

20 junho 2010

CACILDIS! Em busca da (minha) senha perfeita


Meu Deus! Parem as máquinas!
Que descoberta de vida sintetizada em laboratório, que nada!
Divulguem aos 4 cantos do planeta que o grande achado do mês de maio foi a descoberta da minha senha perfeita. Pois é! Em pleno século XXI e eu trabalho com COBOL (COmmon Business Oriented Language ou Linguagem Comum Orientada para Negócios).
E, diga-se de passagem, eu adoro. Nem sempre foi assim, mas hoje eu sou um coboleiro assumido e convicto de que, para os seus propósitos (processamento de grande volume de dados e facilidade de implementação/manutenção de programas) ainda não existe linguagem melhor. Haja vista a sua longevidade.

Declarações passionais e explicações técnicas à parte, vamos ao cerne (bela palavra, no contexto) da questão, ou melhor, deste post. Todo mês a senha lá do ambiente de desenvolvimento (ou, como diria britanicamente o fleumático Feião, um velho colega de trabalho : Integrated Development Environment - IDE) da empresa deve ser alterada. É um drama escolher uma nova senha porque a validação passa pelo crivo de regras e critérios bastante restritivos. Por exemplo, caracteres especiais, datas e excesso de consoantes, vogais ou números não são permitidos. Em 19/05/2010, eu consegui a melhor de todas: FOREVIS7.

Sob o ponto de vista de combinação de tipos (consoantes e vogais intercaladas e um número cabalístico no final), FOREVIS7 é a minha senha perfeita. Cacildis! Mais que isto: ela é uma referência-homenagem a um dos maiores comediantes da história deste país-continente (eu te amo, meu Brasil!): Mussum. Inclusive, ele protagonizou um dos melhores episódios do 'Fudêncio e seus amigos', quando foi elevado à categoria de líder religioso, à frente dos seus seguidores, os mussumanos, ou, os manos do Mussum.

Além de muito engraçado, o negão (é o teu passadis!) foi um visionário. Ainda na década de 70 (século XX), ele previu a globalização e criou um dialeto todo próprio, fundindo não só a língua mátria, o português, como também o inglês, alterando o final das palavras com o sufixo 'is'. Seria o mussunês o substituto ideal para a tentativa frustrada pelo esperanto, de se criar um idioma mundial? Se não, ao menos alegrou (e ainda alegra) muitas pessoas e serviu de inspiração para a minha senha perfeita.

Ave Mussum!
Cheio de graça.

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PS: Mussum virou mito, a ponto de criarem um dia somente para ele na internet: o Mussum Day (29/07/2009, aniversário de 15 anos de morte do negão).

PS 2: este post foi concebido ao som de 'Mr. Bobby' (Marley, outro negão-mito), ainda sob os efeitos gozosos da esplendorosa e magnânima apresentação do Manu Chao na Virada Cultural do Interior (Praça Mauá, Santos, 23/05/2010, 00:00h, sábado virado para domingo).

PS 3: este post foi concebido em 24/05/2010. Por questões de (minha) segurança só foi publicado após a senha FOREVIS7 ter expirado.

PS 4: Considero os coadjuvantes dos Trapalhões melhores que os protagonistas. Zacarias, o outro coadjuvante da trupe, junto com o Mussum, era uma figura adorável. Ingênuo, sensível e criança, acima de tudo.

PS 5: agora que me dei conta que a música ‘As Sílabas', do Luiz Tatit, também inspirou a minha senha perfeita. Principalmente os versos:

Tem sílaba legal
Consoante com vogal
(Acrescentaria: ‘E no final, um belo numeral’)

A letra, na íntegra. é esta:

Cantiga diga lá
A dica de cantar
O dom que o canto tem
Que tem que ter se quer encantar
Só que as sílabas se embalam
Como sons que se rebelam
Que se embolam numa fila
E se acumulam numa bola
Tem sílabas contínuas:
Ia indo ao Piauí
Tem sílabas que pulam:
Vox populi
Tem sílaba que escapa
Que despenca
Rola a escada
E no caminho
Só se ouve
Aquele boi-bumbá
Tem sílaba de ar
Que sopra sai o sopro
E o som não sai
Tem sílaba com esse
Não sobe não desce
Tem sílaba legal
Consoante com vogal
Tem sílaba que leve oscila
E cai como uma luva na canção