Marcos Pereira on-line

20 julho 2008

Gira mundo


Era uma tarde qualquer, de um dia qualquer, no meio de uma semana qualquer do ano de 1984.

Lembro sim, claramente, que estava no cruzamento do canal 1 com a praia.
Naquela tarde de setembro (ou outubro?), os raios do sol brilhavam e refletiam luz nos raios das rodas da barra circular Monark, recuperada após anos acorrentada ao telhado da área do chalé depauperado onde eu morava.

Enfim, de forma simbiótica, estávamos libertos para correr mundo; ainda que mundo fôsse restrito a poucos quilômetros de praia - precisa mais?

Fascinado pelos movimentos circulares da física, eu almejava um lugar ao sol.

Sem me dar por ela, experimentei a liberdade em seu estado bruto, refletida nas rotações por minuto das rodas de uma bicicleta.

Definitivamente, eu havia conquistado o meu lugar ao sol.