Marcos Pereira on-line

31 dezembro 2005

Capitão Mauro Jorge Kirk x Dulce-Maria - Oba! Passei de ano

Ontem (30/12/2005), enquanto eu caminhava pela Paulista pré-Reveillon, ainda sob o efeito de mais uma ‘defesa de tese’ lá no trabalho, lembrei de um episódio de 'Jornada nas Estrelas' na sua versão clássica, que encontra alguns pontos de intersecção com a defesa de tese citada.

No tal episódio, para salvar a sua pele e a da tripulação da Enterprise, o capitão Kirk tem que convencer um robô de que a espécie humana é viável. Mas o robô, como qualquer máquina, só processa as informações para as quais foi programado. Então, o capitão Kirk, safo como só ele, utiliza os argumentos do próprio robô para colocá-lo em situações de contradição. Daí, a ‘lata de sardinha’, como diria o afetado sr. Smith (‘Perdidos no Espaço’), se perdeu em questões existenciais cibernéticas e se autodestruiu.

Ora bolas! Afinal, o que tem a ver o cú com as ‘carça’?

É que atualmente eu presto serviço para a Dulce-Maria – o hífen no nome é para realçar o nome composto, em alusão às personagens de novela mexicana. E ela se enquadrou bem no papel de robô e eu no de capitão Kirk, na última defesa de tese do ano. Depois de provar por ‘A mais B’, pela enésima vez, que não havia erro de construção de projeto, eu me imaginei proferindo as frases que ela mais repete, e que cabiam perfeitamente no contexto. Quais sejam:

1) Não foi isso que combinamos.
2) Isto não estava na proposta [técnica].

Ou seja, os argumentos utilizados por ela 99,9753 % das vezes à revelia e sem fundamento, se voltou contra a própria.

Tirante os stresses desnecessários, rendo os meus sinceros agradecimentos à dona Maria por ter-me dado a oportunidade de passar de ano em duas matérias que sempre foram uma pedra nos meus tênis Bamba, Nike, Adidas e Reebok: tolerância e assertividade.
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Numa observação o mais isenta possível da minha parte, a dona Maria é uma profissional medíocre. E aqui não existe a intenção de avaliar, julgar ou diminuir alguém. Até porque eu acredito que as pessoas podem melhorar e evoluir. Mas, primeiro, é preciso ter consciência das próprias deficiências e querer mudar. A questão é que neste caso, a mediocridade técnica, aliada a um descontrole emocional abissal, resultam num ser extremamente agressivo e desagregador. Ela segue ao pé-da-letra aquele bordão de um destes programas de humor popularescos: ‘tolerância zero!’. Diante do grande desafio que se colocou à minha frente, fotografei a cena de várias ângulos, respirei fundo e adotei algumas estratégias para lidar com uma personalidade tão psicótica. Coisas do tipo: ser econômico nas palavras e evitar bate-bocas estéreis. Óbvio que as situações de conflito são desgastantes. Mas fugir delas é negar a chance de aprender; sem falsos discursos prontos e apologias ao sofrimento, for God’s sake! Tô fora.

Contrapondo-se à tolerância tendendo a zero da moça, elevei a minha graduação para 6,02 x 10 elevado a 23 u.t. (u.t. = unidades de tolerância no S.I. – Sistema Internacional; acabei de inventar) . Quando as estratégias por mim adotadas deixaram de ser eficazes porque sim, há limites, tudo desaguou num gesto simbólico de bater o telefone na cara . Olha a assertividade aí, gente! Depois desta ‘malcriação’, eu tô prestes a deixar a minha desequilibrada algoz. Por outro lado, a novela o ‘Direito de Sofrer’ encontrou na vida real a inspiração para uma personagem riquíssima em predicados comportamentais. A vida é assim mesmo, ganha-se de um lado e perde-se do outro. O mais importante é que em 2005 eu passei de ano em duas matérias. E em 2006 eu já penso em me matricular na matéria ‘desapego’ e prosseguir em ‘consciência corporal, enquanto expressão e extensão da psique humana’.

FELIZES ANOS NOVOS!!!

E VIVA ZAPATA!!!